Crítica de Captain America: Brave New World (2025)

Captain America: Brave New World chega como o primeiro filme solo de Sam Wilson (Anthony Mackie) como o novo Capitão América, após os eventos de The Falcon and the Winter Soldier. Ao lado de figuras de peso como Harrison Ford, que assume o papel do Presidente Thaddeus Ross, e Tim Blake Nelson como o vilão The Leader, o filme promete uma grande adaptação do herói no MCU, mas acaba por entregar uma experiência mais mediana do que muitos esperavam.

O filme segue Sam Wilson lidando com a responsabilidade de ser o novo Capitão América em um cenário político instável. A trama, embora promissora, se perde em alguns momentos ao priorizar a construção de futuros eventos do MCU em detrimento de uma narrativa mais sólida e imersiva. A história caminha bem com Sam tentando conciliar sua antiga vida de conselheiro de veteranos com sua nova identidade de herói, e os dilemas éticos envolvendo o papel do governo e os “indivíduos aprimorados”. No entanto, a resolução do conflito principal, embora satisfatória, não chega a ser memorável, funcionando mais como um trampolim para o que está por vir na fase atual do MCU.

Sam Wilson, com Anthony Mackie no centro, é o grande trunfo do filme. Seu carisma e a exploração da sua história como mentor e como alguém profundamente ligado à sua moralidade dão ao filme um peso emocional necessário. Seu relacionamento com Isaiah Bradley (Carl Lumbly), que já foi explorado na série The Falcon and the Winter Soldier, aqui ganha um aprofundamento essencial que ajuda a justificar sua ascensão ao posto de Capitão América.

Julius Onah, diretor do filme, tem uma abordagem sólida, mas não revolucionária. Captain America: Brave New World segue a fórmula típica da Marvel, com cenas de ação empolgantes e uma fotografia bem feita, mas sem o mesmo impacto visual de obras como Winter Soldier ou Civil War. As sequências de luta, especialmente a de Sam enfrentando múltiplos inimigos no céu, são bem coreografadas, mas o uso irregular de CGI acaba por distrair em momentos cruciais. A estética do filme, com o uniforme renovado de Sam, é uma atualização interessante, mas que também faz o herói parecer mais uma figura deslocada de um filme de ficção científica do que o símbolo de um país.

+ Leia também:  Crítica de Sniper Elite: Resistance

A trilha sonora, embora eficiente, segue a linha tradicional do MCU, sem criar temas que sejam emocionalmente marcantes. A música complementa as cenas de ação, mas não se torna um elemento fundamental para a narrativa. Já os efeitos sonoros acompanham o ritmo das batalhas, mas não há nada que se destaque como nas produções anteriores, onde o som era mais imersivo.

O elenco de apoio, com Harrison Ford como Ross, traz uma certa gravidade à produção, mas a transição de William Hurt para Ford não é completamente bem-sucedida. A ausência de uma maior exploração emocional de Ross e o seu papel político limita o impacto do ator. Personagens como Ruth Bat-Seraph, interpretada por Shira Haas, têm uma presença interessante, mas o desenvolvimento da vilã e de outras figuras secundárias fica aquém da promessa do elenco.

No fim das contas, Captain America: Brave New World é um filme funcional, mas longe de ser um marco na trajetória do MCU. A narrativa é clara e cumpre seu papel, mas os momentos de maior profundidade e complexidade são prejudicados por uma abordagem algo superficial e um ritmo acelerado que impede a verdadeira imersão emocional.

Captain America: Brave New World: Embora Sam Wilson tenha potencial para ser um ótimo Capitão América, o filme não entrega uma estreia tão impactante quanto a do seu predecessor, Steve Rogers. A constante referência ao futuro do MCU também diminui o impacto emocional, mostrando que o filme está mais preocupado com o próximo passo do que com a história imediata. Rafaela Carvalho

6
von 10
2025-02-22T09:45:02-0300
Rolar para cima