Crítica de Smile 2 (2024)

Smile 2 segue a linha do primeiro filme com ainda mais ousadia e tensão psicológica, mas dessa vez com um aumento significativo no orçamento, oferecendo uma produção maior, com mais efeitos especiais, sangue e personagens, mas mantendo as raízes da atmosfera que fez o original funcionar. Dirigido novamente por Parker Finn, o filme aprofunda os horrores do trauma psicológico enquanto ainda brinca com o elemento sobrenatural que assustou tantas pessoas no primeiro filme.

A história agora gira em torno de Skye Riley (Naomi Scott), uma cantora pop que, após sobreviver a um acidente de carro trágico, vê sua vida desmoronar quando se envolve em um ciclo de mortes sobrenaturais, marcado por suicídios chocantes que transmitem uma entidade demoníaca. Assim como o filme anterior, a premissa é simples, mas a execução se apoia fortemente na atmosfera de crescente desconforto, onde realidade e alucinação se confundem.

A principal qualidade de Smile 2 está na habilidade de Finn de criar uma tensão palpável e desconcertante. Em vez de buscar um caminho óbvio de jumpscares, o filme prefere manipular a percepção do público de forma mais sutil, criando um horror psicológico perturbador que se intensifica com o tempo. A sequência de abertura, que envolve um assassinato brutal, já dá o tom da película, e as cenas subsequentes não diminuem o ritmo. No entanto, o filme sofre com uma narrativa um pouco dispersa no terceiro ato, especialmente com a inclusão de CGI exagerado em momentos chave que, em vez de amplificar o terror, acabam por quebrar a tensão construída até ali.

Uma das maiores forças do filme é a performance de Naomi Scott. Conhecida por seu papel em Aladdin, Scott mostra sua versatilidade ao interpretar uma mulher que lida com dor, insegurança e uma crescente perda de controle. Sua atuação é intensa e convincente, tornando a jornada de Skye muito mais imersiva. A protagonista se vê em um verdadeiro pesadelo, sendo constantemente desafiada, tanto fisicamente quanto emocionalmente, e Scott não decepciona, entregando uma das performances mais impressionantes do ano em termos de terror psicológico.

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O filme também se destaca no aspecto sonoro. A trilha de Cristóbal Tapia de Veer se encaixa perfeitamente nas cenas, amplificando a experiência de pavor e criando um efeito de imersão espetacular, especialmente se assistido em salas com áudio Dolby Atmos. No entanto, embora a película tenha ótimos momentos de tensão, seu excesso de gore e algumas sequências exageradas podem afastar alguns espectadores que preferem um terror mais contido e atmosférico.

Smile 2 expande o universo iniciado no primeiro filme, mas ao mesmo tempo, tenta ser uma reflexão sobre as pressões da fama e os traumas não resolvidos. A crítica ao modo como a sociedade lida com as figuras públicas e o sofrimento de quem vive sob o olhar constante do público é um tema interessante, embora o filme não explore isso de forma tão profunda quanto poderia.

No final das contas, Smile 2 é uma sequência que entrega o que o público espera: sustos, momentos grotescos e um crescente desespero psicológico. Embora tenha algumas falhas, principalmente na segunda metade, é um filme que entrega uma experiência de terror eficaz e visceral.

Smile 2: Uma sequência eficaz que aperfeiçoa a fórmula do primeiro filme, oferecendo uma experiência de terror psicológico que vai além dos sustos tradicionais. Com uma atuação brilhante de Naomi Scott e uma atmosfera inquietante, o filme é uma expansão interessante do universo iniciado anteriormente, embora nem sempre consiga equilibrar o excesso de gore com uma narrativa sólida. Se você é fã do gênero, não vai se decepcionar. Rafaela Carvalho

7.5
von 10
2024-11-06T10:42:00-0300
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